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Em breve narrativa, Rebeca Maffra Rezende trata de temas como morte e família em seu primeiro romance.

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Narrado em primeira pessoa pela sagaz Letícia, uma menina de treze anos, “Esquecidos” foi lançado em 2020 pelo selo Transversal da Editora Oito e Meio.

Assim como seu título e números de páginas, a obra possui capítulos curtos que tornam a leitura fluida e rápida.

Na trama, acompanhamos Letícia, uma criança sagaz de 13 anos, cuja mãe é escritora de livros infantis. Mas este não é o motivo que torna a mãe de Letícia única: sua mãe consegue sentir a morte das pessoas. Por causa desse tom paranormal, as duas mudam de casa constantemente, o que faz a protagonista confeccionar um caderno com todas as informações pertinentes de cada falecido, detalhando seus nomes, suas características essenciais e a causa da morte. Quando uma nova personagem é apresentada a nós, é iniciada uma jornada que até então aparenta ser inédita.

Com muitos momentos fofos que falam sobre amizade e família, o romance nos ganha com sentenças contundentes e personagens carismáticos, mas peca em outros pontos.

Confesso que, embora a trama seja contada por uma criança de treze anos, eu esperava uma discussão mais vasta e profunda sobre o tema “morte”. Da forma como foi contada, me pareceu apenas um livro com temática pouco explorada mas que não consegue desenvolver o tema sob uma ótica diferente.

Outro ponto que deu um nó na minha cabeça foi devido a alguns detalhes da trama. O fichário da mãe, por exemplo,  não fica claro para mim se é passado para Letícia.

Também não tive emoção alguma quando as duas reviravoltas aconteceram na trama. Acredito na pretensão da autora em nos contar, durante a alternância entre presente e passado, sobre a relação entre personagem x e personagem y, porém, a segunda reviravolta não teve efeito de surpresa algum em mim, devido às técnicas de foreshadow e pistas nítidas dadas pela autora ao longo da narrativa.

A emoção, porém, se dá nas consequências da segunda reviravolta, quando já alcançamos o clímax. A partir deste ponto, somos levados a uma série de cenas emotivas e dramáticas que nos fazem sentir muita compaixão pelos personagens e seus dilemas.