Atenção: a segundaparte dessa trilogia já foi postada. Caso você não tenha visto-a, basta clicar aqui.
05. Do lado x Ao lado
Apesar de separadas por preposições tão simples, essas duas expressões frequentemente causam dúvidas. Por isso, vamos saber em qual situação usar cada uma:
Ao lado sempre se refere à posição física de algo ou alguém. Exemplo:
“Uma grande parcela da população que estava ao lado de fora da igreja eram mulheres cujas mãos eram levadas até a boca.” (Perdidos – Adsumus)
Já do lado é utilizado quando tratamos de suporte ou concordância de ideias, posições ideológicas e discussões. Exemplo:
“É sempre bom ter amigos e familiares que ficam do seu lado quando novos desafios são lançados.”
04. O acento circunflexo nos verbos ter e vir
Os verbos “ter” e “vir” possuem acento circunflexo quando conjugados por pronomes no plural. Por exemplo:
“Um café esclarecedor no sábado e um sexo casual para começar a semana têm seus próprios valores.” (Crush – Adsumus)
“— Não. — Redarguiu Serena. — Você não vai entender, mas, como escritores, algumas vezes as palavras vêm em nossas cabeças e tudo o que precisamos fazer é registrá-las.” (Adsumus – Adsumus)
Como vimos, “um café esclarecedor” e “um sexo casual” são sujeitos da primeira sentença, da mesma forma que “as palavras” possui a mesma função na segunda sentença. Tratando-se de sujeitos no plural, os verbos “ter” e “vir” necessitam do acento circunflexo.
03. Próxima x próximo
Quando utilizado no sentido de localização, o adjetivo “próximo” não possui flexões. Isso significa que, independentemente do sujeito (sendo ele feminino ou masculino) ou no número (plural ou singular), o adjetivo sempre será “próximo”, como nos exemplos abaixo:
“Mesmo sempre optando por se sentar o mais próximo do cobrador, a terceira visitante começava a reclamar das costas depois de visualmente demonstrar dificuldade para se sentar.” (256 – Adsumus)
Agora, quando nos referimos à proximidade afetiva ou de sequência futura, conjugamos o adjetivo normalmente. Exemplo:
“Sua pele suco de guaraná sugeria seu hobby favorito: relaxar na praia, o que era confirmado nas próximas fotos que Carlos havia disponibilizado aos seus visitantes. (Crush – Adsumus)
“Os profissionais do meu livro ficaram muito próximos de mim durante a produção.”
02. A fim x Afim
Por serem diferenciadas por um espaço e terem o mesmo sonido, essas duas expressões são facilmente confundidas.
Enquanto a primeira pode ser substituída por “propósito” ou “finalidade”, a segunda é um adjetivo que significa “igual”, “similar” ou “próximo”. Os exemplos são:
“— Tá! Tá! — respondeu Sara distraidamente ao avistar um táxi e logo fazer sinal a fim de pará-lo.” (A Ponte – Adsumus)
Assim, vemos que “a fim” nesse caso tem função de “propósito” e “finalidade”, como explicado anteriormente.
Já os exemplos com “afim” incluem:
“A ideia de que a Língua Espanhola é afim da Portuguesa é delírio.”
“Bolsonaro e Moro são afins.”
01. Tachada x taxada
Quando quisermos classificar alguém, devemos utilizar o adjetivo “tachado(a)” em vez de “taxado(a)”, pois este só é utilizado em situações relacionadas à economia, se referindo, portanto, a preços e tarifas.
Assim, a sentença “Estou curioso para saber como meu livro será taxado” está gramaticalmente incorreta, pois, nesse caso, o adjetivo a ser usado é “tachado”, uma vez que pode ser substituído por “classificado”.
Por outro lado, a sentença “Com o objetivo de dificultar o acesso à literatura e à educação ao povo, o governo está taxando livros.” está gramaticalmente correta.
E finalmente chegamos ao fim da trilogia pensada para nos ajudar com algumas regras gramaticais da Língua Portuguesa.
Conto com vocês para que essa trilogia seja tão famosa quanto a saga do meu coração, Jogos Vorazes. Falando um pouco mais sério, espero que tenham gostado, e aproveito para convocar vocês a comentarem o próximo conteúdo que desejam ver aqui no “Dialogando com Escritores”.
Com amor,
Douglas.