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Hello, hello, hello! Tudo bem?

Como professor de inglês, devo dizer que a Língua Portuguesa é demasiadamente complexa. Com regras aqui e outras exceções ali (muitas vezes sem explicações muito acessíveis), torna-se difícil entendermos a nossa própria língua. E, ainda que eu seja escritor, devo dizer que apanhei e continuo apanhando muito para dar o meu melhor linguisticamente nas minhas narrativas. Pensando nisso, preparei uma trilogia de erros gramaticais que já ocorreram na minha escrita e até hoje tento me policiar para não continuar errando. Assim, se você é ou souber de alguém que lida com a Língua Portuguesa, seja essa pessoa um escritor de ficção ou não ficção, um estudante, um concurseiro, ou apenas um amante desse idioma complexo, compartilhe esse post com ela!

E, claro, é importante frisar que os tópicos aqui abordados serão baseados na norma culta padrão da Língua Portuguesa, e que, o seu nível de gramática não te faz uma pessoa melhor ou pior. Eu, Douglas Freitas, um formado de Letras e escritor, considero muito mais comunicável uma pessoa que tem conhecimento (in)consciente ou não de semântica e variação linguística, mas isso é assunto para outro post.

Segue abaixo o primeiro Top5 de Erros Gramaticais em Língua Portuguesa:

05. O verbo haver na locução adverbial

Todo mundo sabe que o verbo haver não flexiona quando acompanhando substantivos no plural. Isso significa que a sentença “ vários exemplares de Adsumus para serem vendidos.” está gramaticalmente correta, enquanto a sentença “Houveram melhorias no país desde que o novo presidente assumiu o seu cargo.” está incorreta, pois, o verbo “haver” não é flexionado quando a frase está no plural.

Todavia, o que muitos não sabem é que o verbo haver, ainda que impessoal, quando funcionando como locução adverbial (acompanhado de um particípio), é flexionado. Vejamos os exemplos:

“Por sorte, todos os passageiros daquele ponto já haviam migrado para o veículo.” (256 – Adsumus)

“Por esse motivo, cruzou ligeiramente a barreira que haviam posto entre ela e a suicida.” (Passagem – Adsumus)

Como vocês perceberam, o verbo haver está no plural. No exemplo do primeiro conto, vemos que o substantivo “passageiros” é o responsável por flexionar o verbo. Já no segundo exemplo, o responsável está implícito na sentença. Mas como isso acontece?

O verbo “haver” será flexionado para o plural quando a) o substantivo for plural e, mais importante, b) acompanhar um particípio, como “migrado” ou “posto”.

Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/mural-consultas-detail.php?id=183&busca=#:~:text=Por%20exemplo%3A%20%E2%80%9Da%20recorrente%20alegou,o%20partic%C3%ADpio%20do%20verbo%20principal.

04. Ao invés x Em Vez

Por causa de escrita e som tão similares, essas duas expressões são frequentemente confundidas.

Ao invés é utilizado para falarmos de coisas contrárias. Exemplo:

“Porém, ao invés de irem para a parte traseira do ônibus, como Ronaldo havia suplicado, eles caminharam para a dianteira do veículo.” (256 – Adsumus)

Logo, a sentença “— Ai, graças a Deus! — Ela reagia aliviada. — Estava me sentindo mal por ter preenchido o final de semana com beijos ao invés de dever da faculdade.” (Estrelato – Adsumus) está incorreta, pois beijos não são o contrário de dever de casa. Todavia, se tratando de um diálogo informal, esses erros são muito comuns.

Em vez, por sua vez, é utilizado tanto para coisas contrárias (como ao invés) quanto para substituições no geral. Essa expressão pode ser entendida como “no lugar de”. Vamos aos exemplos:

“Até a posição mudou. Em vez do pé, Flávio queria indubitavelmente estragar o rosto do motorista, esquecendo-se do instrumento letal que estava de plantão em seu colo.” (Perdidos – Adsumus)

Logo, caso você esteja em dúvida de qual das opções usar, opte por “Em Vez de”, que é utilizado em ambas as situações e não possui restrições específicas da mesma forma que “ao invés de”.

Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/em-vez-ou-ao-inves-de.htm#:~:text=Use%20%E2%80%9Cao%20inv%C3%A9s%20de%E2%80%9D%20quando,ou%20%E2%80%9Cem%20lugar%20de%E2%80%9D.

03. Sob x Sobre

Sob é o mesmo que “abaixo”. Por exemplo: “Ele entreviu, ainda que sem entender, a presença de um homem que se despedia, com uma bíblia sob o braço, do palco que, antes, este havia organizado.” (Passagem – Adsumus)

Sobre é o mesmo que “em cima”. Exemplo: “Na véspera, entre amassos e lambidas dos dois, ela, montada sobre o colo de Hércules, sussurrou no ouvido dele.” (Passagem – Adsumus)

Fonte: https://www.portugues.com.br/gramatica/preposicoes-sob-sobre.html#:~:text=sob%20%3D%20%E2%80%9Cembaixo%20de%E2%80%9D%2C,comando%20de%20algo%20ou%20algu%C3%A9m%E2%80%9D.&text=sobre%20%3D%20%E2%80%9Cem%20cima%20de%E2%80%9D,ou%20%E2%80%9Ca%20respeito%20de%E2%80%9D.

02. Os verbos “obedecer” e “assistir”

Ambos os verbos necessitam da crase. O verbo obedecer funciona dessa forma:

“Um portão de ferro obedecia ao comando que Solange dera em seu controle.” (Adsumus – Adsumus)

Já o verbo “assistir” possui dois significados. O mais comum de utilizarmos é o de “ver”, como no exemplo a seguir: “Do lado de dentro do veículo, Ronaldo sinalizou a abertura das portas, assistindo à falta de organização daquele povo.” (256 – Adsumus)

E também há o significado de “ajudar” e “dar assistência a alguém”. Nesse caso, não utilizamos crase, como na frase “Contei com muitos profissionais que me assistiram na produção no meu livro de estreia, Adsumus”.

Dessa forma, a frase: “Mas vc curte cinema, né? Vamos assistir um filme amanhã?”(Crush – Adsumus) está gramaticalmente incorreta, pois não conta com o artigo “a” após o assistir, podendo causar um mal entendimento no(a) leitor(a), uma vez que, por causa da ausência do artigo, o “assistir” pode significar “auxiliar” e/ou “ajudar”.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=JLb__tey3AM

01. Os verbos “discutir” e “debater”

A despeito de utilizarmos a preposição “sobre” após esses verbos por causa de um vício de linguagem, tanto “discutir” como “debater” são verbos transitivos indiretos. Isso significa que você discute “algo”, assim como debate “algo”, e não discute “sobre alguma coisa”. Exemplo: “Seja lá o que estavam discutindo, não deviam estar debatendo a previsão do tempo de amanhã ou o preço do chimarrão.” (Espectro – Adsumus)

Fonte: https://www.dicio.com.br/debater/ e https://www.dicio.com.br/discutir/

Por hoje é isso! Nos vemos na próxima terça dia 27 :D.